WhatsApp Bicho Carpinteiro

Me chame agora!

Desafios do aleitamento materno durante a pandemia

Desafios do aleitamento materno durante a pandemia

A atual pandemia causada pela COVID-19 trouxe diversos desafios para a sociedade, podendo eles ser mais amplos, como no âmbito da saúde pública, base educacional e economia, até desafios mais presentes no dia a dia, como a amamentação por mães expostas ou contagiadas com coronavírus.

A transmissão ocorre de uma pessoa doente para outra, através de gotículas de saliva contaminada que são disseminadas pelo toque ou aperto de mão, espirro, tosse, catarro etc. Com o medo da contaminação do filho, as mães muitas vezes deixam de amamentar a criança e passam a alimentá-la de diversas outras maneiras, que podem trazer um prejuízo muito maior. Apesar do íntimo contato no momento do aleitamento, há formas de minimizar os riscos da transmissão do vírus e fazer do aleitamento uma ação de proteção do bebê, e é nosso dever como profissionais da saúde passar essas informações às mães.

Os desafios do aleitamento materno durante a pandemia muitas vezes ocorrem pela desinformação da mãe sobre suas alternativas e, por isso, é muito importante sabermos informar corretamente a população ao nosso redor sobre quais são as melhores práticas para amamentação e/ou bombeamento de leite em mães positivas ou expostas à COVID-19.

Importância do aleitamento materno

O aleitamento materno é prática fundamental para a promoção de saúde das crianças, pois fornece do ponto de vista nutricional, o que há de melhor em macro e micronutrientes nos aspectos quantitativos e qualitativos. Sendo assim, podemos dividir os benefícios em curto, médio e longo prazo.

Para a Organização Mundial da saúde (OMS) a amamentação deve ser iniciada ainda na sala de parto na primeira hora de vida, ser mantida na forma de aleitamento materno exclusivo sem adicionar qualquer tipo de alimento sólido/semissólido ou líquidos nos primeiros 6 meses de vida, e, a partir de então, a alimentação complementar adequada deve ser introduzida, mantendo-se também o aleitamento materno por 2 anos ou mais.

Benefícios para a criança

Quando pensamos nos benefícios em curto prazo, há diversas evidências, especialmente em relação à redução da morbimortalidade infantil, ao se associar com menos episódios de diarreias, infecções respiratórias agudas e outras enfermidades infectocontagiosas. Estima-se que o aleitamento materno poderia prevenir 13% de todas as mortes evitáveis em crianças com idade inferior a 5 anos em todo o mundo. Além disso, um estudo de metanálise observou redução de 36% de morte súbita do lactente em crianças amamentadas.

Avaliando os benefícios a médio e longo prazo, observa-se uma associação do aleitamento materno com menor chance de desenvolvimento de doenças alérgicas, tais como asma brônquica, dermatite atópica e alergias alimentares. Há também um melhor desenvolvimento cognitivo, melhor desenvolvimento craniofacial e motor-oral, com menor possibilidade de problemas na mastigação, deglutição, articulação dos sons da fala, má oclusão dentária e respiração.

Benefícios para a mulher

Além dos já relatados benefícios à criança, devemos lembrar que tal prática também traz diversos benefícios para a saúde da mulher. A amamentação com maior tempo de duração foi associada à menor incidência de diabetes mellitus tipo II entre mulheres sem história de diabetes mellitus gestacional, menor incidência de síndrome metabólica, efeito protetivo no câncer de mama e menor risco de cânceres de ovário e endométrio. Outros benefícios conhecidos são os de recuperação mais rápida do peso que possuíam antes da gravidez, além de menor risco de hemorragias no puerpério imediato e consequente anemia por perda sanguínea.

A amamentação deve ocorrer ou não durante a pandemia?

De acordo com o estudos feitos em (2020) até o momento, não há documentação de transmissão vertical durante a gestação, nem no período neonatal pela amamentação.

Arthur I. Eidelman, médico e editor chefe da Breastfeeding Medicine, contribui nessa mesma linha afirmando que a realidade das mães infectadas pelo coronavírus é de que elas provavelmente já tenham colonizado seus bebês, e a amamentação continuada tem o potencial de transmitir anticorpos maternos protetores ao bebê por meio do leite. Portanto, o aleitamento deve continuar com a mãe praticando cuidadosamente a lavagem das mãos e o uso de máscaras durante a amamentação, para minimizar a exposição viral adicional ao bebê.

Apesar do exposto, várias mães podem não se sentir confortáveis em amamentar diretamente a criança, mas nesses casos o aleitamento ainda é de extrema importância e deve ser realizado por um cuidador saudável que irá oferecer o leite ao bebê por copinho, xícara ou colher.

     

 

Fonte: https://www.sanarmed.com/desafios-do-aleitamento-materno-durante-a-pandemia

LEIA TAMBÉM